No cenário atual do mercado imobiliário corporativo, cresce a preocupação das empresas em lidar com imóveis que, por diversos motivos, permanecem ociosos em seus portfólios. Esses ativos, muitas vezes esquecidos nas matrículas ou parados por falta de uso estratégico, representam custos e, ao mesmo tempo, oportunidades perdidas de geração de caixa.
Na PMC, acompanhamos de perto esse desafio em grandes companhias nacionais e multinacionais. O que percebemos, na prática, é que a ausência de uma gestão ativa desses imóveis resulta não apenas em desperdício financeiro, mas também em riscos de depreciação e perda de valor patrimonial. É por isso que trazemos este artigo, para discutir estratégias concretas de rentabilização de imóveis ociosos, combinando insights de mercado e a experiência acumulada em nossa atuação.
Dados de Mercado: ociosidade e impacto financeiro
Segundo estudos de consultorias globais de corporate real estate, imóveis corporativos que permanecem sem uso por mais de 12 meses tendem a perder competitividade de mercado, exigindo investimentos adicionais de retrofit ou adequação para voltarem a gerar receita.
Na nossa experiência, em um trabalho conduzido recentemente, realizamos o levantamento completo do portfólio de uma companhia do setor industrial que possuía dezenas de imóveis improdutivos espalhados pelo país. O resultado foi surpreendente: parte dos ativos foi regularizada e destinada à locação, enquanto outra parcela foi alienada, gerando caixa imediato para a empresa. Esse tipo de iniciativa mostra que os imóveis ociosos não precisam ser encarados como passivos permanentes, mas sim como ativos estratégicos à espera de gestão eficiente.
O que fazer com os imóveis ociosos?
A resposta passa por estruturar estratégias que transformem custos em oportunidades. Entre as principais alternativas, destacamos:
- Locação: direcionar imóveis para contratos comerciais ou logísticos, após os devidos ajustes técnicos e documentais.
- Venda: alienar ativos que não fazem mais parte da estratégia corporativa, liberando capital para reinvestimento em áreas core.
- Uso temporário: explorar alternativas como feiras, coworking, armazenagem ou eventos em regiões com alta demanda.
- Retrofit e readequação: modernizar e adaptar ativos para novos usos, agregando valor e ampliando a liquidez.
- Parcerias estratégicas: atuar em conjunto com operadores especializados (ex.: estacionamentos, saúde, logística) para gerar receita sem necessidade de investimentos diretos.
Gestão e governança: o diferencial
Mais do que adotar uma estratégia pontual, o que diferencia empresas bem-sucedidas nesse processo é a governança imobiliária. Ter controle centralizado, dados confiáveis e tecnologia aplicada à gestão é o que garante agilidade e assertividade nas decisões.
Plataformas como o PropertyDocs permitem consolidar informações, controlar prazos e status dos ativos e assegurar visibilidade total do portfólio, evitando que oportunidades sejam perdidas por falta de organização.
Além disso, investir em regularização documental e fiscal é passo obrigatório: ativos irregulares têm liquidez menor e valor de mercado reduzido. Regularizar significa abrir portas para negociações mais rápidas e vantajosas.
Casos e aprendizados
Companhias como a Petrobras, que arrecadou bilhões com seu programa de alienação de ativos, ou empresas globais como a General Electric, que levantou capital relevante ao desinvestir em imóveis não essenciais, comprovam que a estratégia de monetização de imóveis ociosos gera resultados concretos.
No Brasil, temos acompanhado empresas que, ao longo de processos de fusões e aquisições, descobrem imóveis improdutivos sem qualquer gestão ativa. Com a atuação estruturada, esses ativos deixam de ser um custo e passam a contribuir positivamente para o balanço.
Conclusão
Imóveis ociosos não precisam ser sinônimo de passivos escondidos em balanço. Com gestão estruturada, uso de tecnologia e visão estratégica, é possível transformar ativos esquecidos em fontes de receita, caixa adicional e até vantagem competitiva.